Jardim (Ceará)

09/02/2010 20:38

 

Cita-se Jardim em um importante episódio da história cearense, à época em que ainda era vila, por volta de 1832. A Sedição ou Revolta de Pinto Madeira foi um violento conflito entre a vila do Crato, liderada por liberais republicanos (com maior destaque para a família Alencar), e a de Jardim, praticamente dominada por Pinto Madeira, de caráter absolutista. O Coronel de Milícias Joaquim Pinto Madeira e o padre Antônio Manuel de Souza (também conhecido como “Benze-Cacetes”), os principais líderes da revolta em Jardim, eram filiados à sociedade secreta “Coluna do Trono e do Altar”, sediada em Recife. Mancomunada com os caramurus da Corte, essa sociedade tinha por fim difundir a causa regressista no Norte e Nordeste do país. Acreditava-se, inclusive, que o movimento nessas regiões tinha cunho separatista, desejando fundar um novo Império, com o nome de “Amazonas” ou “Equador”. Não obstante as ressonâncias regionais e nacionais da revolta ocorrida no Ceará, suas razões foram fundamentalmente locais.

Antigo antagonismo grassava no Cariri entre os potentados da vila de Crato e os de Jardim. Esta, especialmente na figura de Pinto Madeira, alinhara-se ao longo do Primeiro Reinado com o poder central, reprimindo sublevações liberais e republicanas dirigidas pela família Alencar no Crato, de que deram exemplos a Revolução de 1817 e a Confederação do Equador, em 1824. Com a abdicação de D. Pedro I, os liberais moderados assumem o comando do país, iniciando perseguição aos antigos desafetos. A partir de articulações do Crato com o governo interino da Província, desencadeia-se perseguição aos jardinenses. Além de tomarem o posto de Coronel de Milícias de Pinto Madeira e determinarem a sua prisão, anunciam devassa contra os moradores de Jardim, atribuindo essas medidas à necessidade de combater a conspiração restauradora em andamento. Principia, em decorrência disso, a revolta. Iniciada em dezembro de 1831, ela foi sufocada em outubro do ano seguinte. Cerca de dois anos depois, Pinto Madeira é condenado à pena capital, em um julgamento cuja parcialidade escandalosa foi reprovada no parlamento imperial.

Jardim tem Santo Antônio como padroeiro e sua principal manifestação folclórica é a Festa dos Caretas que ocorre na semana de páscoa, ou Semana Santa, como é conhecida no nordeste. Há vários eventos na cidade: Festa do Padroeiro Santo Antônio (13 de junho), Festa dos Caretas (Semana Santa), Festa de São João (junho), Festa Coração de Nossa Senhora (maio), Semana do Município (3 de janeiro), Vaquejada (novembro). Além das festas tradicionais, a cidade disponiliza aos moradores e visitantes outras opções de lazer, como os atrativos naturais: Nascente Boa Vista, Nascente Boca da Mata, Nascente Gravatá, Nascente Olho d'água, Sítio Cabeça do Negro.

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